Pensar o contemporâneo no poético. Talvez seja uma das propostas em prospecção desse livro, quando em seu título encontramos A literatura como design gráfico: linguagem em cena.
Percorrendo os caminhos trilhados pelo poema concreto, poema-processo, entre outras tendências na história das relações entre letra e imagem, Angelo Mazzuchelli aponta o logos como montagem de signos. Signos que se entrelaçam, se aproximam, se distanciam da palavra ou faz dela – a literatura – o poema, uma verdadeira “universal reportagem” de que nos falava Mallarmé. Reportagem do tempo, quando a figuração do poema se relaciona com as encenações da linguagem e dos caminhos percorridos pelo pensamento poético. (...)
Os poetas/artistas visuais cada vez mais se hiperconectam, se contaminam com outras linguagens. Precisamos sim, de uma nova crítica que possa nos fazer conhecer mais sobre esses processos artísticos. Angelo Mazzuchelli pode ser um deles.
Não resta dúvida que o assunto e o enfoque dado nesse livro são importantes para aqueles que se dedicam aos estudos de linguagem, não só do campo literário, como o da comunicação, das artes visuais e das artemídias. Além de apresentar os antecedentes (na relação design gráfico/literatura) do ciberespaço literário, Mazzuchelli mostra links do passado que nos ajudam a melhor compreender o que acontece nas artes, hoje. Passado e presente engendram uma dialética, onde o “passado interpela o presente e exige uma ação que transforma o lembrar enrijecido do passado e,ao mesmo tempo,abre no presente uma brecha na mesmice e na repetição” (GAGNEBIN, J. M.)
Vera Casa Nova (UFMG / CNPq)
Grafias UFMG é uma revista destinada à publicação de trabalhos gráficos produzidos por alunos da UFMG. Tendo como principal diretriz a interdisciplinaridade, a revista tem como tema geral as relações texto/imagem.
2 comentários:
Cheguei ao seu blog pesquisando sobre a Avant Garde, tipo que adoro. Penso que esta é uma das fontes mais injustiçadas de nossos tempos. Por ser "defaut" no corel draw, foi muito violentada *rs*.
Mas felizmente temos muitos bons exemplos de seu uso consciente, fora que o pai da criança era um gênio.
Grande abraço e obrigado pelo bom trabalho com o blog!
Concordo, André. Aíás, um dos logotipos mais legais que conheço é o da revista Avant Garde, que deu origem à fonte (http://angelomazzuchelli.blogspot.com/2009/02/avant-garde.html)
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